Mundialmente, o índice de câncer deve atingir 16 milhões de pessoas até 2020, sendo que só nos EUA são registrados anualmente cerca de 70 mil diagnósticos, entre pessoas de 19 e 35 anos.

É muito importante enfatizar que antes de qualquer coisa, cuidar da fertilidade não é prejudicar ou retardar o tratamento oncológico, mas, sim, possibilitar uma segunda chance ao paciente, permitindo que, uma vez curado, a sua fertilidade seja restabelecida e a qualidade de vida renovada.

Preferencialmente, a preservação da fertilidade deve ser realizada antes do início do tratamento específico para o câncer, levando sempre em consideração a idade do paciente, o diagnóstico de câncer existente e a programação do tratamento oncológico.

No caso de pacientes que já foram submetidos aos tratamentos oncológicos ou encontram-se em vigência dos mesmos e desejam realizar o sonho de terem filhos, a melhor indicação é uma avaliação com o especialista em Oncofertilidade para que as melhores orientações e alternativas de tratamentos sejam reveladas.

Os avanços da medicina e os fármacos utilizados nos tratamentos de pacientes oncológicos têm sido cada vez mais eficientes na cura e no bom prognóstico dos pacientes com câncer, de modo que, aliado ao diagnóstico cada vez mais precoce, o número de sobreviventes desta doença aumenta de forma exponencial a cada ano.  Estima-se hoje que nos Estados Unidos existam mais de 13 milhões de indivíduos curados do câncer.

Após a cura, a qualidade de vida passa a ser o principal aspecto a ser considerado no tratamento destes pacientes, e estudos recentes mostram que a maioria dos pacientes curados tem a construção de uma família como o principal quesito em termos de qualidade de vida.

O uso de quimioterápicos e/ou radioterápicos, independente da dose ou radiação utilizada, agride as células germinativas que estão nas gônadas (ovários e testículos). As células germinais, masculinas e femininas, são responsáveis pela fertilidade. Dessa forma, os tratamentos para a cura do câncer afetam tanto a função ovariana como a testicular.

As mulheres nascem com o número total de óvulos pré-determinados em seus ovários e, após a primeira menstruação, mensalmente, inúmeros folículos presentes no ovário são recrutados para determinar o folículo dominante que crescerá até atingir a maturidade e, então, ovular, enquanto os outros entram em atresia e degeneram. Esse ciclo naturalmente ocorre até que a mulher entre na menopausa e, então, esgote o número de folículos existentes. Os tratamentos quimioterápicos e radioterápicos “provocam” uma menopausa precoce, acelerando a atresia folicular e atingindo os folículos primordiais, causando infertilidade nos pacientes tratados.

Nos homens, a produção de espermatozoides é quase que renovada a cada três meses, devido à manutenção e diferenciação que ocorre nas células testiculares, presentes durante quase toda a vida do indivíduo, processo conhecido como espermatogênese. Porém, os tratamentos quimioterápicos e radioterápicos promovem a morte das células testiculares responsáveis pela espermatogênese, gerando infertilidade.

Após o tratamento oncológico, a fertilidade é comprometida em 90% dos casos, podendo ser permanente ou temporária, a depender das doses e tipos de quimioterápicos, das gamas de radioterapia utilizada, do tipo de câncer, dos órgãos comprometidos e, ainda, da resposta de cada indivíduo.

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