De acordo com uma pesquisa realizada pela Redirection International, o setor da medicina reprodutiva do Brasil deve crescer em média 23% ao ano até 2026. Esse crescimento se deve ao aumento do número de pessoas que encontram dificuldades para engravidar ou que precisam de suporte para gerar um filho biológico, como homens e mulheres solteiros, casais homossexuais, transgêneros, entre outras orientações sexuais.
Estimativas apontam que, em 2050, pelo menos metade das pessoas fará um tratamento de reprodução assistida em países desenvolvidos. Esse número tem relação com o fato de as pessoas estarem protelando a maternidade/paternidade, pois desejam muitas vezes investir em suas carreiras antes de ter um filho.
Mas existem muitas dúvidas em relação aos procedimentos de reprodução assistida, quando os tratamentos são indicados, para quem, entre tantas outras. Por isso, no texto a seguir separamos as perguntas mais frequentes para que você possa entender melhor sobre esse assunto.
FAQ da reprodução assistida
O que é reprodução assistida?
A reprodução assistida, também chamada de reprodução humana, é o nome dado ao conjunto de procedimentos realizados por especialistas em reprodução humana para tratar casos de infertilidade e assim aumentar as chances de sucesso em uma gravidez que, de maneira natural, estava encontrando dificuldades para acontecer.
Quais são os diferentes tipos de tratamentos de reprodução assistida?
Com o avanço da medicina reprodutiva, os pacientes têm hoje diversos tratamentos de reprodução assistida disponíveis, dependendo da gravidade do caso. Entre eles, temos: coito programado, inseminação intrauterina, fertilização in vitro (FIV) e injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ISCI). Cada um tem um nível de complexidade e indicações específicas.
Quem pode se beneficiar da reprodução assistida?
As indicações para reprodução assistida variam bastante e os tratamentos podem trazer benefícios para casais heterossexuais com dificuldades para engravidar, homens e mulheres que desejam ter filhos de maneira independente, casais homoafetivos masculinos ou femininos, mulheres acima dos 35 anos, pessoas que irão se submeter a tratamentos que podem causar infertilidade, como o câncer, entre outros.
Como é feito o diagnóstico de infertilidade?
O diagnóstico de infertilidade é realizado mediante uma avaliação de saúde do paciente, do seu histórico clínico e familiar, além de diversos exames. No caso das mulheres, são solicitados: ultrassom transvaginal, exame de dosagens hormonais, histeroscopia diagnóstica, histerossalpingografia e exame anti-mülleriano (para mulheres acima dos 35 anos). Já nos homens, a avaliação da fertilidade é feita por meio dos exames de espermograma, teste de fragmentação de DNA espermático, dosagens hormonais e ultrassom testicular.
Quais são os riscos e benefícios dos tratamentos de reprodução assistida?
Os tratamentos de reprodução assistida têm o benefício de aumentar as chances de sucesso em uma gravidez que, devido a diversos fatores, poderia não se concretizar de maneira natural. O sucesso do tratamento depende da técnica escolhida. Na fertilização in vitro (FIV), por exemplo, considerada de alta complexidade, as chances de uma gestação bem-sucedida podem chegar a até 60%, assim como na ICSI. Nos demais tratamentos, a taxa é de cerca de 20% a 30%. Os riscos incluem múltiplas tentativas (nem sempre o tratamento traz resultados da primeira vez) e de gravidez múltipla, pois como os tratamentos envolvem a indução da ovulação, aumenta-se a chance de múltiplos óvulos e, consequentemente, múltiplos embriões. Outro fator é a síndrome da hiperestimulação ovariana, que consiste em uma resposta exagerada às medicações usadas na indução da ovulação. Felizmente, hoje em dia muito se tem feito para minimizar esses riscos.
Como escolher uma clínica de reprodução assistida?
Ao procurar por uma clínica de reprodução assistida, avalie a variedade de tratamentos oferecidos, o quadro de profissionais – em especial, da equipe de especialistas – a infraestrutura, os equipamentos e a equipe de suporte que o local oferece (enfermagem, psicólogos, nutricionistas). Também é válido pedir indicação para quem realizou o tratamento e consultar as redes sociais.
Existem alternativas naturais à reprodução assistida?
Quando a pessoa é diagnosticada com infertilidade, são raros os casos em que uma gestação natural pode ser bem-sucedida. Para quem está tentando engravidar, é possível, com mudanças no estilo de vida, ter um aumento da fertilidade natural. Mas se o casal está tentando há mais de 12 meses (no caso de mulheres até 35 anos) ou há mais de 6 meses (mulheres acima dos 35 anos), é recomendado procurar por um especialista em reprodução assistida para uma investigação.
A reprodução assistida é segura?
A reprodução assistida é um meio seguro e muito eficaz na fertilização e no sucesso da tentativa de engravidar. Quando realizada por profissionais capacitados e experientes nas técnicas, o paciente pode ficar tranquilo em relação à segurança do tratamento. Raramente podem ocorrer pequenas complicações ou efeitos colaterais, causados pela medicação ou algum procedimento. Quando estes ocorrem, os mais relatados são: mudança de humor, fadiga, hematomas leves e dor no local da injeção (caso seja administrado algum medicamento injetável), náusea ou sensibilidade nas mamas.
Quais são as taxas de sucesso da reprodução assistida?
As taxas de sucesso da reprodução assistida variam conforme a técnica escolhida, a idade da mulher e as condições de saúde do homem ou da mulher. Em geral, nos tratamentos de menor complexidade, como coito programado e inseminação intrauterina, as taxas de sucesso ficam em torno de
15% a 20%. Já nos de maior complexidade, como FIV e ICSI, esse número pode chegar a até 60% a cada ciclo.
Como lidar com o estresse emocional da infertilidade e dos tratamentos?
Tanto a suspeita de infertilidade quanto os tratamentos podem gerar estresse emocional ao casal. São momentos de muitas dúvidas, além da ansiedade sobre o tratamento e suas chances de sucesso. Por isso, é fundamental contar com um apoio emocional durante toda a jornada, desde a investigação da infertilidade até o final do tratamento. As principais clínicas de reprodução assistida contam com profissionais especializados nesse tipo de serviço.
Existe idade limite para a reprodução assistida?
Segundo orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM), o limite inicial de idade para engravidar por meio de técnicas de reprodução assistida é 50 anos. Mas de acordo com a avaliação médica individualizada, a mulher maior de 50 anos também pode receber o tratamento.
É possível escolher o sexo do bebê com a reprodução assistida?
No Brasil, é proibida, pelo CFM, a seleção de gênero na reprodução assistida. A permissão da escolha do sexo do bebê é dada somente aos casais com comprovado histórico de doenças hereditárias. Atualmente, existe um exame genético, chamado Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PGD), que analisa os cromossomos do embrião e que pode ser realizado após a fertilização dos óvulos, no processo de FIV, com o objetivo de evitar o desenvolvimento e nascimento de bebês com problemas cromossômicos. Este exame permite identificar o sexo do embrião, no entanto, não é considerado ético fazê-lo somente para este intuito.
Como devo me preparar para um tratamento de reprodução assistida
A preparação para um tratamento de reprodução assistida se inicia com a escolha de uma clínica especializada nas mais diferentes técnicas. Após a realização da primeira consulta, o médico solicitará alguns exames que devem ser realizados. Esclareça todas as suas dúvidas sobre os procedimentos. Entre os principais preparativos para o tratamento, não se esqueça do planejamento financeiro, pois é preciso considerar os custos envolvidos nas consultas, exames, uso de medicações e demais procedimentos envolvidos.
Os procedimentos de reprodução assistida ajudam muitas pessoas que encontram dificuldade em obter uma gestação de maneira natural, seja por qual motivo for. Muitas são as dúvidas sobre quem pode realizá-los, quando, qual o mais indicado, entre tantas outras.
O primeiro passo é procurar ajuda especializada. Só um médico especialista em reprodução assistida pode avaliar cada caso e sugerir a melhor opção de tratamento, que nem sempre envolve o mais complexo ou mais custoso.
Neste texto, buscamos esclarecer as principais dúvidas sobre reprodução assistida, mas você também pode acessar nossa página de perguntas frequentes sobre diversos assuntos que envolvem o tema fertilidade (https://crhsantajoana.com.br/duvidas-frequentes/ )