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Espermograma

O espermograma, ou análise seminal, é o melhor exame para a avaliação inicial do homem. Muitos pacientes acreditam que o procedimento resulta em um parecer final sobre fertilidade. Na verdade, o exame demonstra o status de funcionamento dos testículos. Por meio do espermograma, é possível avaliar:

Quantidade de espermatozoides produzidos:
Aspecto importante, pois há muita perda de espermatozoides no trajeto até a chegada ao óvulo;

Motilidade (movimentação) dos espermatozoides:
Fator de grande importância para que o trajeto seja percorrido de maneira adequada;

Morfologia ou formato do espermatozoide:
Capacidade de fecundação dos espermatozoides.

Sua execução é muito simples. A coleta do sêmen é realizada por masturbação e recomenda-se que o homem fique de 03 a 05 dias em abstinência sexual, embora diversos estudos já tenham demonstrado que a variação na concentração dos espermatozoides ou de sua motilidade e/ou forma varie pouco, se este período não for adequadamente seguido.

O sêmen passará por dois tipos de análise: uma a “olho nu” (macroscópica) e a outra feita por meio de microscópios (microscópica). Os dados encontrados podem, inclusive, ajudar a diagnosticar as possíveis causas da infertilidade masculina e trabalhar como complemento em determinar a infertilidade do casal. Os parâmetros utilizados pelo Centro de Reprodução Humana Santa Joana são os mesmos recomendados pela OMS.

Abaixo, um quadro informativo com os parâmetros analisados no espermograma e os valores de referência com descrições explicativas sobre cada item:

Análise macroscópica

Análise microscópica

Ao final do exame, com a avaliação destes parâmetros, os homens são classificados dentro dos padrões normais ou fora deles. Na medicina reprodutiva existem nomenclaturas específicas para rotular a presença ou não de alterações. Assim, o homem cujo espermograma é normal recebe o nome de normospermia. A seguir, elucidamos as principais alterações mencionadas ao final de um espermograma. Vale lembrar que um homem pode se enquadrar em mais de uma delas.

DICIONÁRIO REPRODUTIVO DO ESPERMOGRAMA

Hipospermia: volume de sêmen ejaculado abaixo de 1,5 ml.

Oligozoospermia:
concentração de espermatozoides abaixo de 15 milhões/ml.

Para fins de tratamento, é subdividida em:

Oligozoospermia leve:
Quando a concentração varia de 5,0
milhões/ml até 14,9 milhões/ml.

Oligozoospermia moderada:
Concentração de espermatozoides de
1,0 milhões/ml até 4,9 milhões/ml.

Oligozoospermia grave:
Concentração de espermatozoides de
0,1 milhões/ml até 0,9 milhões/ml.

Astenozoospermia:
Motilidade progressiva espermática abaixo de 32%.

Necrozoospermia:
Porcentagem de espermatozoides vivos abaixo de 58%.

Leucocitospermia:
Alta concentração de leucócitos na amostra seminal.

Teratozoospermia:
Espermatozoides com formato perfeito abaixo de 4%.

Azoospermia:
Ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado.

Criptozoospermia:
Após centrifugação de todo volume ejaculado, são encontrados raros espermatozoides.

Normozoospermia:
Paciente sem nenhuma alteração nos parâmetros acima.

A partir da conclusão do exame, o médico poderá prescrever exames complementares ao espermograma.

Entre os mais frequentes, estão:

Fragmentação de DNA

Permite a identificação de áreas fragmentadas dentro do DNA espermático. Essa fragmentação, se alterada, pode trazer ao casal abortos de repetição, má qualidade embrionária ou a não gravidez.

Espermograma sob magnificação

O espermograma pode ser realizado por microscópios específicos que aumentam em até 1.000 vezes a visualização do espermatozoide, daí o nome sob magnificação. Estes microscópios são normalmente utilizados para realizar o chamado super-ICSI. Através desta análise, identificamos outros parâmetros, sendo o principal deles a presença de vacúolos ou buracos dentro do espermatozoide que estão associados à piora da fertilização ou do sucesso reprodutivo. Nos casos de oligospermia severa, é interessante contar com este tipo de análise prévia, pois se pode recomendar a fertilização pela técnica do super-ICSI.

FISH

Analisa alterações
no número de cromossomos presentes nos espermatozoides, como as dissomias (quando existem alguns cromossomos a mais) ou as diploidias (duplicação de todos os cromossomos no espermatozoide).

Congelamento seminal

Utilizado para preservar a fertilidade de pacientes pré-quimioterápicos ou de pacientes com baixa concentração de espermatozoides – neste caso, para garantir o material reprodutivo, caso as células eventualmente deixem de ser produzidas pelo organismo durante o tratamento de fertilidade.

Carga viral

Utilizada para pacientes com sorologias alteradas, como HIV, Hepatite, HTLV, para que no dia da fertilização seja utilizado um sêmen testado previamente e livre de quaisquer contaminações. Este sêmen passa por um processo de centrifugação e lavagem, na qual é retirado todo o líquido seminal contaminado, restando apenas os espermatozoides. Uma vez comprovada a não infecção dos espermatozoides, elas já podem ser utilizadas para a fertilização.

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Responsável Técnico: Dr. Eduardo Leme Alves da Motta — CRM-SP 58.933 — RQE 43681