A fertilidade é a capacidade natural de uma pessoa conseguir uma gravidez através de relação sexual. Mas, para que isso ocorra, é preciso que tanto o homem quanto a mulher sejam considerados férteis. No entanto, a chance de um casal engravidar naturalmente é de cerca de 15 a 20% a cada ciclo menstrual.
Vários são os fatores que podem impactar a fertilidade, como:
- A saúde em geral;
- O estilo de vida;
- A alimentação;
- O estado psicológico.
A maioria dos especialistas concorda que a melhor época para uma mulher engravidar é entre os 18 e os 35 anos, pois é nesse período que seus óvulos são mais saudáveis e seus ciclos menstruais são mais regulares, aumentando as chances de uma gravidez de sucesso.
Se você pretende engravidar, existem algumas maneiras de preservar a fertilidade para que suas chances de sucesso aumentem. Neste texto, separamos 10 dicas que podem ajudar você.
1. Tenha uma alimentação balanceada
Uma dieta equilibrada é fundamental para a saúde e para manter o peso controlado. Evite dietas ricas em gorduras trans, excesso de carboidratos e alimentos processados, pois eles interferem na qualidade dos óvulos. Inclua mais grãos, alimentos integrais, carnes magras, frutas, verduras e legumes nas suas refeições. Lembre-se que o peso em excesso aumenta o risco de infertilidade, por diversas razões, por exemplo alterando níveis hormonais que podem levar a problemas de ovulação.
2. Pratique atividade física regularmente
Os exercícios físicos ajudam na manutenção do peso, fator que é importante para o funcionamento de todo o organismo, inclusive para a fertilidade. Mas a prática de atividades físicas deve ser feita de maneira moderada, pois tanto o sedentarismo quanto o excesso de exercícios podem prejudicar a função hormonal e a qualidade dos óvulos. Quando praticadas intensamente, as atividades físicas podem aumentar o estresse oxidativo no organismo, que pode piorar a qualidade dos gametas, tanto óvulos quanto espermatozoides. Nas mulheres, pode ainda levar a um quadro de amenorreia (ausência de menstruação) e, nos homens, a alterações nos parâmetros espermáticos e aumento da fragmentação de DNA.
3. Tenha um sono de qualidade
O sono é regulado por um hormônio chamado melatonina, uma substância antioxidante que contribui para a preservação da fertilidade, pois interfere na qualidade dos óvulos. Para os homens, a falta de sono reduz a produção de testosterona, principal hormônio masculino envolvido na reprodução e na qualidade do esperma.
4. Mantenha o estresse controlado
O estresse em excesso pode causar alterações no eixo hormonal relacionadas às alterações no ciclo menstrual, como atrasos e até amenorreia (ausência de menstruação). No seu dia a dia, adote medidas que ajudem a manter o estresse controlado, como meditação, yoga, entre outras práticas que, além de reduzirem o estresse físico e mental, também contribuem para controlar a ansiedade e melhorar a qualidade do sono.
5. Tenha uma vida sexual saudável
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis, gonorreia e clamídia, podem levar a problemas nas tubas uterinas, dificultando a fecundação ou a implantação do embrião no útero, e à infecção no epidídimo, o que pode causar alterações na qualidade e na quantidade de espermatozoides.
Outras infecções, como a pelo papilomavírus humano (HPV), nas mulheres pode ocasionar uma queda na reserva ovariana. Sempre use preservativo nas relações sexuais e faça exames com frequência.
6. Não fume
O tabaco diminui a fertilidade e aumenta o risco de aborto e de outros possíveis problemas. Nas mulheres, o cigarro afeta a produção do hormônio estrogênio, diminui o número de folículos ovarianos e aumenta as chances de aborto espontâneo, parto prematuro e gravidez ectópica (fora do útero), entre outros problemas no recém-nascido. Fumar também diminui as chances de sucesso no tratamento de fertilização in vitro. Dados mostram que fumar dobra o tempo até a concepção e dobra o custo dos tratamentos de fertilidade. A qualidade dos espermatozoides também é prejudicada, diminuindo a concentração, a produção e a motilidade dos gametas masculinos. Outro efeito do cigarro no homem é a impotência sexual.
7. Consuma com moderação álcool e bebidas que contêm cafeína
Segundo alguns estudos, o consumo de mais de quatro drinques por semana, em homens ou mulheres, pode estar associado à diminuição da fertilidade. Em relação à cafeína, estudos também mostram que pode haver uma ligação entre o excesso de cafeína e alguns fatores de infertilidade.
8. Discuta com o seu médico suas opções para controle da natalidade
Dependendo de quando você deseja engravidar, pode ser necessário perguntar ao seu médico sobre como proceder com o controle de natalidade. Muitas são as dúvidas sobre em quanto tempo a fertilidade é retomada depois do uso de métodos anticoncepcionais como pílulas hormonais e o dispositivo intrauterino (DIU) e como eles podem afetar a ovulação. Em muitos casos, a ovulação pode retornar dentro de duas semanas após a última dose de anticoncepcional oral.
No caso do DIU, a fertilidade pode retornar assim que ele é removido. Quando ocorre alguma dificuldade para engravidar, ela pode estar relacionada a alguma doença que os métodos contraceptivos “encobriam” os sintomas, como é o caso da endometriose. Por isso, uma investigação médica detalhada é recomendável nessas situações.
9. Evite o uso de drogas e anabolizantes
Droga é toda substância, natural ou sintética, que modifica funções do organismo. As mais conhecidas são a maconha, cocaína, heroína, crack, haxixe, LSD, entre outras. Já os anabolizantes são drogas relacionadas ao hormônio masculino (testosterona) que, quando utilizados sem orientação médica, podem causar problemas irreversíveis no sistema reprodutor feminino e masculino.
Essas substâncias reduzem a qualidade e a quantidade de óvulos, causa irregularidades no ciclo menstrual e distúrbios hormonais, prejudicam o funcionamento dos testículos, aumentam as chances de disfunção erétil e o risco de serem formados espermatozoides anormais, entre outros problemas que prejudicam a fertilidade.
10. Consulte regularmente o seu ginecologista
O ideal é consultar o ginecologista uma vez por ano para avaliar a saúde pélvica e a saúde em geral para que, assim, possa-se diagnosticar precocemente alguma doença ou alteração e iniciar o tratamento o quanto antes, diminuindo os riscos de infertilidade. Em mulheres com mais de 30 anos, é recomendado avaliar a reserva ovariana anualmente. Para aqueles que têm endometriose, distúrbios menstruais ou casos de menopausa precoce na família, é recomendada a realização de avaliação de fertilidade com mais frequência.
Exames de sangue, como de glicose e para infecções sexualmente transmissíveis são indicados para ambos os sexos. As mulheres ainda devem incluir no calendário o exame de Papanicolau, ultrassonografia transvaginal e mamografia (a partir dos 40 anos).
Preservar a fertilidade também exige que você esteja atenta ao seu relógio biológico, mas isso não deve fazer com que você se sinta pressionada a gerar um filho em um momento em que, talvez, não seja o ideal.
É um fato que a idade é um fator-chave para engravidar. A partir dos 35 anos é mais difícil ter uma gravidez de sucesso e as chances vão ficando menores a cada ano. Estima-se que as probabilidades de ficar grávida diminuem 5% a cada ano devido à queda na qualidade dos óvulos.
Se você já tem 35 anos, ou mais, e a gestação não faz parte de seus planos neste momento, consulte seu médico para a realização de um exame de reserva ovariana. Ele também pode lhe oferecer informações sobre possibilidades de tratamento para quem quer engravidar futuramente. Um deles é o congelamento de óvulos
Este tratamento é uma alternativa para preservar a qualidade dos óvulos em condições semelhantes à idade da coleta, reduzindo riscos de aborto e de alterações genéticas que aumentam com a idade. O ideal é que ele seja feito até os 35 anos. Depois de congelados, os óvulos podem ficar armazenados por tempo indeterminado. Quando a mulher se decide pela gravidez, eles são descongelados para que então ela seja submetida a um tratamento de fertilização in vitro. As chances de sucesso, nesse tipo de técnica, podem chegar a até 60%.
O procedimento inclui algumas etapas. Inicialmente, a paciente é submetida a uma série de exames para avaliar sua saúde e sua reserva ovariana. Não havendo problemas, é iniciado o tratamento. Na primeira etapa, a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular uma produção maior de folículos ovarianos.
Para isso, são utilizados medicamentos injetáveis, as gonadotrofinas, que são aplicadas diariamente por via subcutânea durante aproximadamente 10 a 12 dias. Por serem simples de aplicar, a própria mulher pode fazer as aplicações em casa.
A coleta dos óvulos é realizada em torno do 12º dia com a mulher sedada. O procedimento é realizado por meio de uma agulha acoplada a um ultrassom endovaginal para retirada dos óvulos. Aqueles que estiverem maduros, ou seja, que possuem maior capacidade de serem fertilizados, são então congelados.
Em geral, o congelamento de óvulos é indicado para as mulheres:
- Acima dos 35 anos que desejam postergar a maternidade;
- Com reserva ovariana mais baixa;
- Que serão submetidas a tratamentos oncológicos, como radioterapia e quimioterapia;
- Que apresentam alterações genéticas no cariótipo como a síndrome de Turner;
- Que farão cirurgias nos ovários, como para retirada de cistos;
- Com doenças autoimunes ou infecciosas crônicas;
- Com risco de cirurgia ovariana repetida, como no caso da endometriose.
Fontes
Grupo Huntington
VivaBem UOL